“You can make a shrine out of anything.” PART I

Que arte é esta que transita das palavras para o espetáculo?
Que arte é essa que reúne cerca de 70.000 por dia, num festival?
Que poder é esse que a música exerce sobre nós? E o que a torna especial?

A música é, de facto, uma arte única. O mergulho que exige por parte do seu ouvinte é tal que é capaz de lhe transformar o humor em uma questão de segundos. Quem nunca ouviu uma música para “entrar no mood”?

Escrever uma música é criar um santuário.

You can make a shrine out of anything

afirma a cantora no seu livro intitulado Useless Magic: Lyrics, Poetry and Sermons.

As if the song is somehow speaking through me in its own language. (…) The song has its own personality, and is bigger and stronger then I am.

A música e, naturalmente, todos os elementos que a compõem, constitui um ponto de encontro poderoso entre um eu presente e um eu almejado - um eu que já está no espírito pretendido.
Este eu é sintonizado através da música - trata-se do eu que queremos sempre ser: confiante, decidido, seguro.
Na música - é onde este eu existe. Dentro de um santuário.

To be continued…

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