Ciclo de CINEMA PÓS-SECULAR. Um olhar sobre a fonte e as fontes do discurso de cada filme.
Este ciclo é inspirado no livro “IMMANENT FRAMES. POSTSECULAR CINEMA BETWEEN MALICK AND VON TRIER”
(Edited by John Caruana and Mark Cauchi, New York: State University of New York Press, 2018, 293 pp. ISBN: 97814384770177.)
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FONTES DO DISCURSO \ “THE TREE OF LIFE”
Os discursos de "The Tree of Life" são derivados de várias fontes, incluindo textos religiosos, filosóficos e literários. O diretor Terrence Malick incorporou citações e ideias dessas fontes para enriquecer o conteúdo temático do filme. Algumas das fontes notáveis dos discursos de "The Tree of Life" incluem:
Livro de Jó: O filme faz uso significativo de trechos do Livro de Jó, do Antigo Testamento da Bíblia. Os discursos de Jó, que questionam a natureza do sofrimento humano e a relação entre Deus e o homem, são apresentados por meio de narrações e diálogos ao longo do filme.
Filosofia existencialista: Influências do existencialismo são aparentes nos discursos e reflexões sobre a existência humana, a busca por sentido e a angústia existencial. Embora não haja citações diretas, as ideias de filósofos existencialistas como Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger permeiam as reflexões dos personagens.
Poesia de T.S. Eliot: O poeta T.S. Eliot é uma influência proeminente no filme. Algumas linhas do poema "The Waste Land" são citadas, e a poesia de Eliot ecoa temas de perda, desolação e esperança que também estão presentes em "The Tree of Life".
Textos místicos e espirituais: O filme faz alusões a textos místicos e espirituais de diferentes tradições, como o Sufismo e o Hinduísmo. Embora não haja referências específicas, essas influências são transmitidas por meio da abordagem visual e simbólica do filme.
É importante ressaltar que o filme não se limita apenas a essas fontes, e muitos dos discursos são expressos por meio da linguagem visual e da narrativa não verbal. Terrence Malick constrói uma experiência cinematográfica que transcende as palavras, permitindo que as imagens e os momentos poéticos transmitam significado e reflexão.
Essas fontes literárias e filosóficas contribuem para a riqueza temática e a profundidade do filme, oferecendo uma variedade de perspectivas sobre a vida, a morte, a espiritualidade e a relação do ser humano com o universo.
FONTES DO DISCURSO \ “MELANCHOLIA”
"Melancholia", dirigido por Lars von Trier, também apresenta discursos significativos que são derivados de várias fontes literárias, filosóficas e científicas. Essas fontes contribuem para a exploração dos temas da depressão, ansiedade existencial, mortalidade e a relação humana com o cosmos. Algumas das fontes notáveis dos discursos de "Melancholia" incluem:
Teoria do Caos e Astronomia: O filme faz uso de conceitos científicos relacionados à teoria do caos e à astronomia. Von Trier explora a possibilidade da colisão do planeta Melancholia com a Terra, trazendo elementos científicos para a narrativa. Embora a representação científica possa não ser totalmente precisa, ela cria um pano de fundo para a reflexão sobre a destruição iminente e a vulnerabilidade humana diante do cosmos.
Filosofia Existencialista: "Melancholia" aborda a ansiedade existencial e a busca por sentido em meio à inevitabilidade da morte. Essas ideias se alinham com a filosofia existencialista, e o filme ecoa as obras de pensadores como Søren Kierkegaard e Friedrich Nietzsche, que exploraram a angústia, a liberdade e a responsabilidade do indivíduo diante do absurdo da existência.
Música clássica: A música clássica desempenha um papel importante na narrativa de "Melancholia". A peça "Tristão e Isolda" de Richard Wagner é apresentada de forma proeminente no filme, enfatizando a melancolia, a paixão e a tragédia. A música é usada para evocar emoções e intensificar o clima e a atmosfera do filme.
Pintura e arte: "Melancholia" apresenta imagens visuais inspiradas em pinturas clássicas, como a obra "A Melancolia I" de Albrecht Dürer. Essas referências artísticas contribuem para a estética e a atmosfera do filme, bem como para a exploração do tema da melancolia e da solidão.
Essas são algumas das fontes que influenciam os discursos de "Melancholia". O filme busca transmitir uma experiência intensa e emocional, explorando questões existenciais e angústias psicológicas por meio de várias formas de expressão artística e referências culturais. A combinação dessas fontes contribui para a construção de um universo temático complexo e provocativo.