Dois filmes. Três génios das artes narrativas que ‘tocam o sublime’ com as suas técnicas únicas e arrojadas.

Bernardo Bertolucci (1941-2018) foi um cineasta italiano, autor de obras-primas como, "O Conformista", "O Último Tango em Paris" e o "Último Imperador", entre outras de menor porte mas com uma sensibilidade impressionante. Nasceu em Parma, na Itália, no dia 16 de março de 1941. Filho de um poeta, professor de história da arte e crítico de cinema influenciou o filho a gostar de filmes ao acompanhá-lo, desde pequeno, a seções de cinema. Com 19 anos publicou um livro de poesias, “Em Busca do Mistério”, que ganhou o Prêmio Viareggio, um dos principais prêmios literários da Itália. Com 20 anos, Bernardo Bertolucci iniciou sua carreira cinematográfica como assistente de direção do cineasta Pier Paolo Pasolini no filme “Acattone” (Desajuste Social), em 1961. Logo depois, deixou a Universidade de Roma e deu início à sua carreira independente com o longa-metragem “La Commare Secca” (A Morte).
O reconhecimento de seu trabalho veio com o segundo longa “Antes da Revolução” (1964), que participou do festival de cinema de Cannes. Foi o começo de uma longa carreira de 52 anos e grandes sucessos.

Vittorio Storaro (1940 - ) é um diretor de fotografia italiano, conhecido como "o mago da luz". Tem um grande modelo para a fotografia dos seus filmes, o pintor também italiano Caravaggio. O próprio Vittorio diz que quando estava andando em Roma, entrou em uma galeria de arte e viu o quadro de Caravaggio "O Chamado de São Mateus". Diz que aquela imagem mudou sua vida.
Vittorio iniciou sua carreira fazendo filmes para a universidade, ficou conhecido por usar as técnicas de luz dos quadros de Caravaggio. Para Storaro, criar a fotografia de um filme para o Cinema é como "scrivere con la luce" (escrever com a luz).
Filho de projeccionista, a sua família era muito pobre. Frequentou uma escola de fotografia durante 5 anos, enquanto trabalhava ao mesmo tempo a limpar um estúdio de fotografia.
Seu filme mais conhecido é Apocalypse Now, onde é vencedor de um Oscar. Mais dois: “Reds” e "Último Imperador".
Em 2018 recebeu o diploma de Membro Honorário Internacional da Academia Portuguesa de Cinema.

Ryuichi Sakamoto (1952 - ) é um músico, compositor, produtor e ator japonês, baseado em Tóquio e Nova York. Membro da banda Yellow Magic Orchestra. Sakamoto colaborou em muitos singles e álbuns com David Sylvian (banda Japan) e outros celebres da música internacional como: Fennesz, Alvo Noto, Towa Tei e DJ Dmitry (grupo Deee-Lite), Thomas Dolby, Bill Laswell, Nam June Paik, Roddy Frame (do Aztec Camera), Iggy Pop, Caetano Veloso e, Rodrigo Leão.
Em 1983, inicia a sua carreira em bandas sonoras: apareceu em Merry Christmas, Mr. Lawrence, filme de Nagisa Oshima, ao lado do cantor David Bowie. Sakamoto também compôs a trilha sonora e a música-tema "Forbidden Colours", cantada por Sylvian.
Sakamoto, David Byrne e Cong Su ganharam o Oscar por sua trilha sonora feita para o filme “O Último Imperador” de Bernardo Bertolucci, em 1987. Entre outros filmes, Sakamoto fez a trilha dos filmes Tacones Lejanos (1992) de Pedro Almodóvar, Emily Brontë's Wuthering Heights (1992), O Pequeno Buda (1993), de Bertolucci, da série de televisão Wild Palms (1993), de Oliver Stone.