Cinema PROSA
Ciclo
O SOM QUE VEMOS
["THE SOUND WE SEE" Cinema Screenings]
O cinema é uma arte da imagem, mas também do som, e como veremos, mesmo antes do cinema sonoro.
O som no cinema não é (não deve ser) apenas uma confirmação da imagem, para lhe dar maior realismo. Para o provar, são inúmeros os filmes que exploraram a dimensão sonora para acrescentar outros significados à imagem literal, para a negar ou contrariar, para a antecipar ou substituir, ou mesmo para criar ironia e humor.
E sendo o som um fenómeno físico (movimento elástico num meio material, em geral o ar), torna-se tantas vezes quase palpável – e no extremo podemos falar de “som visceral”.
Reunimos já três sentidos: a visão, a audição e o tacto. Na arte do cinema não raro encontramos essa capacidade de os sons comunicarem toques e texturas, de as imagens traduzirem sons, e de os sons representarem algo que não se vê.
Para este ciclo elegemos duas obras que nos permitem pensar sobre o som no cinema. Começamos, paradoxalmente, por uma das últimas grandes obras do cinema mudo.
“O Vento”, de 1928 é um filme onde o som está presente sem o ouvirmos – ouvimo-lo dentro da nossa cabeça. As imagens estão lá para convocar a nossa audição, e até todo o nosso corpo, para nos sentirmos como a personagem, no centro de um vendaval, que é também uma rajada de emoções. Sjöström leva o cinema enquanto imagem até aos seus limites sensoriais.
“Delicatessen”, (1991), é uma delícia tanto para o olhar como para os ouvidos, pois que o som condimenta cada cena, quase cada gesto dos personagens. Através dos sons somos guiados pelos apartamentos de um prédio, ouvimos o que acontece fora da imagem – é um mapa acústico do cenário. O som é humor, alegria ou terror, ou, tratando-se de uma comédia negra, consegue ser também tudo isso ao mesmo tempo.
(Curadoria de Sérgio Pereira)
“THE WIND” 1928 | M/12 | 1h 35’ [US] (O Vento - PT)
De Victor Sjöström
Sexta Dia 11/04 às 19h30
Uma jovem frágil do Leste muda-se para a casa do seu primo no Oeste, onde provoca tensões na família e é gradualmente levada à loucura.
A frail young woman from the East moves in with her cousin in the West, where she causes tension within the family and is slowly driven mad.
“DELICATESSEN” 1991 | M/12 | 1h 39’ [FR]
De Marc Caro & Jean-Pierre Jeunet
Sábado Dia 12/04 às 19h30
Uma comédia negra surrealista pós-apocalíptica sobre o senhorio de um prédio de apartamentos que, ocasionalmente, prepara uma iguaria para os seus excêntricos inquilinos.
Post-apocalyptic surrealist black comedy about the landlord of an apartment building who occasionally prepares a delicacy for his odd tenants.
Todos os filmes do Cinema PROSA serão exibidos em pixel iluminado (ecrã QLED 65’’) em sala condicionada ao máximo de 24 espectadores.
Preçário
Membros: Entrada livre.
Não-membros: 3€
Trailers aqui: