Cinema PROSA
Ciclo
É CARNAVAL!
IT’S CARNIVAL! Screenings
O inverno atravessa-se.
É uma jornada longa, fria e escura… feita, sobretudo, dentro de nós próprios. É, talvez, a estação em que mais nos deparamos connosco: com os nossos pensamentos, com as nossas vontades não atendidas, os nossos desejos mais ardentes (que deverão ser concretizados durante o verão, a estação da ‘loucura da materialização, da precipitação…’), com os nossos problemas e a falta de soluções para eles.
Os nossos ancestrais não temiam o inverno porque tinham os olhos postos no Carnaval.
O Carnaval mainstream brasileiro, nada mais é do que uma evolução do rito dos nossos ancestrais… e que se transformou mais num espetáculo (lindo) do que numa ferramenta com a sua função ritual (no hemisfério sul até perde sincronismo com as estações). Mas queremos mostrar aqui, em cinema, também o Carnaval no sentido etnográfico e ritualístico: entre o Domingo-Gordo e a Terça-Feira de Carnaval, estão três dias exclusivamente dedicados aos excessos - comer em excesso, beber em excesso, conhecer novos parceiros amorosos (e fazer “você sabe o quê”), saltar fogueiras noite adentro e entre outras peripécias que só são permitidas - e automaticamente perdoadas - nesta altura.
Mais importante ainda é o calor que retorna, devagarinho, ao Hemisfério Norte a seguir ao Carnaval. Portanto, servem também as festividades do Carnaval como rituais de fertilidade - afinal de contas, é a abertura para a Primavera, a estação do retorno da vida.
Neste âmbito vamos mostrar “ORFEU NEGRO” de Marcel Camus: um filme de 1958 que é uma releitura do mito de Orfeu e Eurídice a partir da peça teatral “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, e ambientado na época do carnaval no Rio de Janeiro. A banda sonora é de Tom Jobim e Luís Bonfá. Talvez a primeira vez que o carnaval brasileiro, já suntuoso, faz parte de uma narrativa fílmica.
No dia seguinte, teremos uma imersão no carnaval - rito dos nosso ancestrais: mostraremos a curta-metragem ”A PELE DO DIABO” de Zé Maria Mendonça e Moura, que nos conta a história de um dos ritos até hoje celebrados no norte de Portugal, mais precisamente em Podence.
Depois veremos ”THE WICKER MAN”: um filme de Robin Hardy de 1973 que nos mostra um outro rito pagão de fertilidade, este com origens nas ilhas britânicas, e que cria fortes consequências para um agente da polícia que tenta desvendar um crime. (Note que esta é a versão original de 1973 e não o ‘remake’ norte-americano com Nicholas Cage como protagonista.)
Passe o seu carnaval connosco.
Vem.
”ORFEU NEGRO” 1952 | M/12 | 1h40’
De Marcel Camus
Sexta Dia 09/02 às 19h30
Uma releitura do mito de Orfeu e Eurídice a partir da peça teatral “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, e ambientado na
época do carnaval no Rio de Janeiro. A banda sonora é de Tom Jobim e Luís Bonfá.
”A PELE DO DIABO” (Curta) 2019 | 05’10’’ | M/16
De Zé Maria Mendonça e Moura
Sábado Dia 10/02 às 19h30
Um documentário sobre os Caretos de Podence e os seus rituais de fertilidade.
Curta exibida antes dos dois longas em cada um dos dias.
”THE WICKER MAN” 1973 | 1h27’ | M/16 (O Sacrifício - PT)
De Robin Hardy
Sábado Dia 10/02 às 19h45
Um puritano sargento da polícia chega a uma vila em uma ilha escocesa em busca de uma garota desaparecida, que os pagãos afirmam nunca ter existido.
Todos os filmes do Cinema PROSA serão exibidos em pixel iluminado (ecrã QLED 65’’) em sala condicionada ao máximo de 24 espectadores.
Preçário
Membros: Entrada livre.
Não-membros: 3€
Trailers aqui: