Cinema PROSA
Ciclo
SCIENCE (and)(=)(x)(with) GOD
SCIENCE (and)(=)(x)(with) GOD Screenings
Carl Sagan escreveu o livro "Contact" em 1985. O romance de ficção científica foi publicado pela primeira vez em setembro do mesmo ano. A obra conta a história de uma cientista chamada Ellie Arroway, que faz contato com uma civilização alienígena avançada por meio de um sinal de rádio vindo do espaço. "Contact" foi um grande sucesso e recebeu várias adaptações, incluindo uma adaptação cinematográfica em 1997, dirigida por Robert Zemeckis e estrelada por Jodie Foster.
Esta adaptação será o primeiro filme a ser exibido no ciclo.
Sagan escrevia frequentemente sobre religião e a relação entre religião e ciência, expressando seu ceticismo sobre a conceituação convencional de Deus como um mero ser sábio, por exemplo:
“Algumas pessoas acreditam que Deus é um enorme homem de pele clara com uma longa barba branca, sentado em um trono em algum lugar lá em cima no céu, ocupado na contagem da queda de cada pardal. Outros – como Baruch Spinoza e Albert Einstein – consideraram Deus como essencialmente a soma do total das leis da física que descrevem o Universo. Eu não conheço nenhuma evidência convincente para a existência de um patriarca antropomórfico controlando o destino da humanidade a partir de algum ponto celestial escondido, porém seria uma insanidade negar a existência das leis da física.”
Em outra descrição de seu ponto de vista sobre Deus, Sagan afirma categoricamente:
“A ideia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!”
Sobre o ateísmo, Sagan comentou em 1981:
“Um ateu é alguém que tem certeza de que Deus não existe, alguém que tem evidências convincentes contra a existência de Deus. Eu não conheço uma evidência assim convincente. Como Deus pode ser relegado a tempos e locais remotos e a causas últimas, teríamos que saber muito mais sobre o universo do que sabemos agora para ter certeza de que Deus não existe. Ter certeza da existência de Deus e ter a certeza da não existência de Deus parece-me serem os extremos muito confiantes em um assunto tão cheio de dúvida e incerteza a ponto de inspirar, na verdade, muito pouca confiança.”
A Ropert Pope, Sagan escreveu em 1996:
“Eu não sou um ateu. Um ateu é alguém que tem evidências atraentes de que não há um Deus judeu-cristão-islâmico. Eu não sou tão sábio, mas tampouco considero haver qualquer coisa próxima de uma evidência adequada para tal deus. Por que vocês têm tanta pressa em se decidir? Por que não simplesmente esperar até que haja evidências atraentes?”
Sagan também comentou sobre o cristianismo, afirmando que "Minha visão de longa data sobre o cristianismo é que ele representa um amálgama de duas partes aparentemente imiscíveis: a religião de Jesus e a religião de Paulo. Thomas Jefferson tentou extirpar as partes paulinas do Novo Testamento. Não sobrou muita coisa quando ele concluiu, mas era um documento inspirador".
Em 1996, em resposta a uma pergunta sobre suas crenças religiosas, Sagan respondeu: “Eu sou agnóstico. O ponto de vista de Sagan sobre religião tem sido interpretado como uma forma de panteísmo comparável à crença de Albert Einstein no Deus de Spinoza. Sagan afirmava que a ideia de um criador do Universo era difícil de provar ou refutar, e que a única descoberta que poderia confrontar isto seria um universo infinitamente antigo.”
De acordo com sua última esposa Ann Druyan, Sagan não era um crente:
“Quando meu marido morreu, porque ele era tão famoso e conhecido por não ser um crente, muitas pessoas vieram a mim – ainda acontece às vezes – me perguntar se Carl havia mudado no final e se convertido a uma crença na vida após a morte. Também me perguntam frequentemente se eu acho que vou vê-lo novamente. Carl enfrentou a morte com coragem inabalável e nunca procurou refúgio em ilusões. A tragédia foi que sabíamos que nunca iriamos nos ver outra vez. Eu não espero estar com Carl novamente.”
Em 2006, Ann Druyan editou as palestras de Gifford sobre teologia natural, ministradas por Carl Sagan em Glasgow, na Escócia, no ano de 1985, incluindo assim a palestra no livro chamado Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, em que o astrônomo expõe seu ponto de vista sobre as divindades e o mundo natural.
"The Fountain" é um filme de 2006 dirigido por Darren Aronofsky que aborda temas complexos como a busca da imortalidade, espiritualidade e a relação entre ciência e fé. A história é contada através de três narrativas interligadas, situadas em épocas diferentes, mas com personagens principais que se repetem em cada uma delas.
Uma das narrativas se passa no século XVI, onde o conquistador espanhol Tomas Verde busca a árvore da vida em nome de sua rainha, Isabella. A segunda narrativa se passa no presente e acompanha Tommy Creo, um cientista que está pesquisando a cura para o câncer, enquanto sua esposa Izzi luta contra a doença. A terceira narrativa se passa em um futuro distante, onde um astronauta chamado Tommy viaja através do espaço em uma bolha com uma árvore de vida.
No filme, há uma tensão entre a busca pela imortalidade por meio da ciência e a espiritualidade relacionada à busca de Deus ou de um sentido mais profundo da existência. Tommy Creo representa a abordagem científica, buscando a cura para a doença de sua esposa através da pesquisa médica. Ele acredita que a ciência pode trazer respostas e soluções para os problemas humanos, incluindo a morte.
Por outro lado, a personagem Izzi representa a espiritualidade e a busca por algo além da vida física. Ela escreve um livro chamado "The Fountain" (A Fonte) que reflete suas crenças em uma conexão universal e transcendência. Izzi enxerga a vida como parte de um ciclo maior e a morte como uma transição para outra forma de existência.
Ao longo do filme, as narrativas se entrelaçam, e o espectador é levado a refletir sobre a busca de Tommy pela cura e sua relação com a fé de Izzi. No clímax do filme, as linhas temporais convergem, e Tommy, agora como astronauta, atinge um estado transcendental onde parece encontrar a redenção e a compreensão de seu propósito.
"The Fountain" não oferece uma resposta definitiva para a questão da busca de Deus versus ciência. O filme aborda esses temas de maneira poética e simbólica, deixando espaço para interpretações individuais. Aronofsky apresenta a ciência e a espiritualidade como caminhos diferentes, mas também mostra como eles podem se entrelaçar e coexistir na busca por significado e compreensão.
"The Fountain" é uma exploração artística e filosófica dessas temáticas complexas, convidando o público a contemplar a relação entre ciência, espiritualidade e a busca do ser humano por respostas para questões existenciais.
”CONTACT” 1997 | 2h30’ | M/12 (Contacto - PT)
De Robert Zemeckis
Sexta Dia 26/05 às 19h30
Dr. Ellie Arroway, depois de anos de pesquisa, encontra provas de rádio conclusivas de inteligência extraterrestre, enviando planos para uma máquina misteriosa.
”THE FOUNTAIN” 2006 | 1h37’ | M/12 (O Último Capítulo - PT)
De Darren Aronofsky
Sábado Dia 27/05 às 19h30
Como um cientista moderno, Tommy está lutando contra a mortalidade, procurando desesperadamente pela descoberta médica que salvará a vida de sua esposa com câncer, Izzi.
Todos os filmes do Cinema PROSA serão exibidos em pixel iluminado (ecrã QLED 65’’) em sala condicionada ao máximo de 24 espectadores.
Preçário
Membros: Entrada livre.
Não-membros: 3€
Trailers aqui: