Ciclo
AMORES DE PERDIÇÃO

Cinema PROSA

OK. Já percebemos que nesta sociedade produtiva, e da forma como nos relacionamos com o tempo, o amor não consegue perdurar para sempre.
Mas será que tem a ver com o tempo que nos dedicamos a ele?
A quem diga que possa ter a ver com a morte de Eros e o triunfo da sociedade pornográfica em que vivemos neste ocidente: das mensagens literais que alimentam uma consciência atordoada e um imaginário coletivo quer anda um pouco doente. A quem diga que tem a ver com a transparência que desejamos, com a verdade que queremos ativar e trazer para as nossas vidas, em era de pós-verdade: queremos acreditar que já não precisamos carregar uma relação se realmente não estiver ativa. Mas será que isso não seria uma verdade para muitos poucos..?
Entre uma sociedade conservadora como ainda é a nossa, e algumas pessoas que gritam famintas por uma liberdade que transpõe os limites das convenções e do ‘politico-socialmente correto’; a busca de uma felicidade que, como já foi dito, está à nossa espera na sala de espera de felicidade… Como realmente nos relacionamos com o amor nos dias de hoje? Qual será hoje a nossa capacidade de dar? De prometer?
Lembramos da obra de Camilo, mas nem sempre perdemos um amor da forma trágica que ele propôs ou relatou (a obra de Camilo Castelo Branco é baseada em um caso verídico – a vida de um tio que esteve preso na mesma cadeia da Relação). Embora haja um dos filmes que a personagem feminina abandone a vida diante de um amor incompreendido da mesma forma que Teresa. Perder um amor é também sermos atirados no ‘void’ absoluto do universo e não termos o que agarrar, o que respirar, mas o grande e verdadeiro sacrifício será sobreviver, subsistir, carregar a única metade de um todo para o resto dos nossos dias.

Bom, vamos deixar o cinema nos dizer coisas…

O que nos salva, é que em janeiro prometemos fazer o ciclo AMORES DE SALVAÇÃO.
Não estamos a falar de amores por ideologias, narrativas ou divindades.
É aqui que entram aqueles amores que nos atiraram para o mesmo ‘void’, mas que nos fizeram compreender algo ou adquirir um poder sobrehumano para a resolução de um grande conflito. Saímos deste amor arrebatados não pelo outro, mas pela lição.
É aqui que entra também o amor incondicional, o maternal entre outros.

Mas todos acabam numa grande lição também: isto, o cinema (ou a vida) nos ensinou bem.


”MAP OF THE HUMAN HEART” 1992 | 1h49’ | M/16 (Sem Fronteiras - PT)
De Vincent Ward
Sexta Dia 16/12 às 19h30

Ártico, 1965: Avik conta sua história a partir de 1931. Um cartógrafo leva Avik, então um pré-adolescente esquimó com tuberculose, para um hospital em Montreal, onde conhece Albertine. Eles se encontram novamente quando Avik se junta à Segunda Guerra Mundial no Reino Unido.


”PARIS, TEXAS” 1984 | 2h25’ | M/16
De Wim Wenders
Sexta Dia 09/12 às 19h30

Travis Henderson, um homem amnésico sem rumo que está desaparecido há quatro anos, sai do deserto e deve se reconectar com a sociedade, consigo mesmo, sua vida e sua família.

Conversa sobre os filmes e obras deste ciclo no BALZAC (a metros daqui… Rua de Arroios, 156) após o filme.


”LE MARI DE LA COIFFEUSE” 1990 | 1h22’ | M/16 (O Marido da Cabelereira - PT)
De Patrice Leconte
Sábado Dia 10/12 às 19h30

Antoine sempre foi fascinado pelo toque delicado de cabeleireira, o perfume sedutor e a figura de uma mulher de seios opulentos, aliás, sabia que se casaria com uma, realizando seu sonho de um amor perfeito e idealizado.


”ROMEO + JULIET” 1996 | 2h | M/12 (Romeu + Julieta - PT)
De Baz Luhrmann
Sábado Dia 17/12 às 19h30

A famosa peça de Shakespeare é atualizada para o subúrbio moderno de Verona, ainda mantendo seu diálogo original.


Todos os filmes do Cinema PROSA serão exibidos em pixel iluminado (ecrã QLED 65’’) em sala condicionada ao máximo de 24 espectadores.
Preçário

Membros: Entrada livre.
Não-membros: 3€

LOVE: PERDITION Screenings

Trailers aqui: